quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Brasil queima! A imprensa mente...


Enquanto a imprensa não consegue perder o foco na comédia bufa do senado federal, o Brasil queima. Os jornalistas, como bobos da corte, entretêm a sociedade com as intrigas e fofocas da corte brasileira, discutem factóides da política nacional com intenções claramente políticas de transformar em campanha contra a corrupção, seu apoio incondicional ao PSDB e Democratas – na verdade é uma campanha anti-PT. Toda a lama que o jornalismo chafurda acaba por desembocar nos tucanos e democratas e, sem nenhuma vergonha, a imprensa abafa o caso para não respingar na oposição ao Lula.
Estamos entre a cruz e a espada ou entre a ditadura do centro e o fascismo ultraliberal. Até Ciro Gomes tira proveito dos descontentamentos à esquerda do governo Lula, querem tirá-lo da presidência junto com Sarney, mas para colocar quem no lugar? As propostas e projetos mais destoantes infelizmente só agradam parcelas da classe média que o fundo não tem representatividade e peso relevante, afinal de contas que é que vota pensando em meio ambiente? O brasileiro vota pensando na fome e na polícia, na casa e na saúde e para aqueles que atacam as políticas sociais dizendo que benefício é facilitar demais e que induz a preguiça, a reforma eleitoral que veta ampliação de políticas como o Bolsa Família vem a calhar.
Por hora os que se indignam com a violência policial, com os maus tratos e injúria, pela exclusão e discriminação, explodem em fúria queimando ônibus e enfrentando o Choque. A rede Globo, inquestionavelmente apoiando Serra, publica uma matéria absurda sobre os conflitos em Heliópolis – região da cidade que interessa à mídia apenas quando há um fato de violência, se as ruas não pegam fogo os jornais nem lembram que faltam escolas, telecentros, empregos e creches – apontando como verossímil a promessa de cestas básicas para quem da comunidade que participasse da manifestação, ainda enfatizando: "Até o momento as cestas básicas não foram distribuídas". Como se a morte da adolescente de 17 anos fosse irrelevante diante do fato. Incendiar pneus é o mínimo que a sociedade precisa fazer para devolver com asco e rancor o que as elites vem nos ofertando há séculos.
Vamos provocar tumultos e incêndios não só em resposta a violência direta do Estado, mas visando também os despautérios da reforma política, o insulto da reforma da educação, que transforma o ensino médio em núcleo socioeducativo com oficininhas e aulas fantasia – com a desculpa da interdisciplinariedade – e principalmente devemos jogar pedra na vidraça do descaso de um Estado que é grande pra bater e inexistente para acolher. A mídia segue se preocupando com os escândalos da corte e injuriando a população, deslegitimando suas manifestações mais justas, como baluartes da moralidade acusam a todos de bandidos e mentirosos, nesse sentido talvez seja ai o único momento em que políticos e pobres estão no mesmo patamar: quando difamados nos jornais.
Quem é inteligente não acredita em nada da grande imprensa e nem perde tempo discutindo a celeuma das elites políticas que reformam por debaixo do pano enquanto nos distraímos lendo a Veja.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

APOSENTADORIA DE MALADRO


A rede Record, há meses, tem enaltecido a imagem de Dado Dolabella – aquele que agrediu Luana Piovani e se esquivou da justiça – chegando ao ponto de fraudar o programa “A Fazenda” e dar um milhão de prêmio para o ator para recuperar sua imagem, mesmo que seu mau caráter fosse impossível de esconder. Os outros contratados da emissora estão proibidos de fazer declarações que manchem o nome de Dado. Eu me pergunto: por que será que uma emissora evangélica elege como representante um playboy descabeçado, que bate na mulher e é conhecido por seus “exageros” na balada? Ele não passa do estereótipo de uma geração conservadora e machista que se destaca pela incapacidade de produzir ou criar algo de bom, ou seja, uma geração de inúteis.
Depois de escândalos, o contratado da emissora chegara ao fundo do posso, mas milagrosamente, fez-se a luz em sua vida! Parabéns para a Record, ótima estratégia, Dado é o típico malandro aposentado – by Jesus – perfil muito presente no protestantismo contemporâneo. Todas as pessoas têm uma chance, se encontrar a palavra de Deus, estudar a palavra de Deus e propagar a palavra de Deus, até o mais tranqueira vira bom moço. Afinal todos nós erramos. A conversão de Dado vai acontecendo aos poucos, canta uma música aqui, elogia a emissora ali, até o dia em que esteja totalmente iluminado.
Se o poder da Globo só aumenta, a Record acelera em disparada, essa briga ainda vai render muito. Mas... e o povo? Continua levando na bunda, refém das gigantes das telecomunicações e sem direito a voz. A imagem que esta sendo construída do ator pode representar muitas coisas, mas nada que seja de interesse da sociedade. O trabalhador brasileiro só aparece na Tv como burro de carga, bandido ou pobre coitado. Já ta na hora de reeditarmos “Muito além do cidadão Kane” com todas as emissoras no paredão, convenhamos, a Record não é nem melhor ou pior que a Globo, Bandeirantes ou mesmo a Mtv, é tudo farinha do mesmo saco! O crescimento da Record não representa o crescimento da representatividade de uma parcela da sociedade que antes não tinha espaço, só parece. Os valores elitistas são os mesmos, com ou sem religião, que na verdade é um problema da política, nenhuma grande emissora faz a gentileza de deixar claro a favor de quem e o que ela se posiciona, fingem estar em cima do muro e de lá de cima, seus falsos heróis discursam água. Agora Dado é exemplo a ser seguido – que lástima...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

GREVE, REPRESSÃO, FRUTAS E GOSTOSAS!!!

Nesta terça-feira passava em frente à prefeitura de São Paulo no centro da cidade, pude presenciar a manifestação dos servidores da GCM por reajuste de salário. Demorei em descobrir do que se tratava aquela movimentação. Na verdade, pela importância da questão o ato estava morno, não vi cartazes nem faixas. Alguns metros dali tudo já parecia normal, prossegui até a Praça São Luiz e logo notei outra aglomeração, bem mais animada. Em frente ao café papito, em cima de uma komb, um homem segurava uma melancia, bitela! Duas mulheres semi nuas ajudavam a animar a galera e um cara no meio da roda fazia pose de halterofilista e recebia as melancias na cabeça, elas se esmigalhavam, o cara gritava e a galera ia ao delírio! E laiá, isso é Brasil! Muita coisa e muita gente. Mais em frente na República, a PM corria atrás dos nóias.

O que estes três fatos têm em comum?

A GCM é claramente colocada e uma posição inferior entre as polícias, e a bucha de canhão, servem para correr atrás de ambulantes, enxotar moradores de rua dos espaços público, correm atrás de usuários de droga apenas para não deixa-los fixos em um lugar e principalmente servem máfia das carroças. Para quem não conhece, essa máfia apreende as carroças dos catadores de recicláveis, leva até um depósito para depois serem revendidas aos próprios carroceiros que secam suas economias para poder continuar trabalhando, ao mesmo tempo que a guarda confisca documentos e objetos pessoais. A GCM é sempre chamada para fazer o trabalho mais sujo, os guardas são jogados contra a população, sem capacitação, apoio técnico ou mesmo recursos matérias, não tem condições razoáveis nem de garantir sua própria segurança. Com as operações fascistas de revitalização do centro, que condena a vadiagem e a aglomeração – como no caso da República relatado acima – a Pm é chamada para intervir. Quando a opinião pública se aquece a GCM já não serve mais. Melhor para eles que se livram de atuar de forma repressiva nestes momentos. A greve, como todas as greves, é justa e não deveria ser considerada ilegal em hipótese alguma. Quem acha que greve é ilegal mina o próprio direito de um dia fazer greve, por mais que uma greve incomode a rotina da cidade ela é sempre legítima, pois diz respeito ao direito de greve em geral e incomodar a rotina é uma de suas funções. Paradoxalmente até camelôs tem reclamado que com a paralisação da Guarda a concorrência aumenta e as vendas caem.
A prefeitura de São Paulo segue no seu intento de gera miséria e violência través da repressão desmedida. Esta semana mais de três mil pessoas foram arrancadas de suas casas e jogadas na rua em desocupação de um terreno próximo a marginal Tietê. As casas e barracos foram destruídos e incendiados, a polícia agrediu os moradores do local que protestavam contra o absurdo e a violência desta reintegração de posse e nada lhes foi oferecido. O poder público apresenta soluções ridículas como encaminhar as famílias para albergues, centenas de crianças agora se encontram em situação de extremo risco e vulnerabilidade social por culpa da prefeitura, se por um lado a repressão policial desaba sobre os moradores de rua do centro, por outro lado mais famílias são colocadas em situação de rua.
Enquanto a GCM quer mais salários a população quer mais liberdade, quer direito a moradia e trabalho, é notória que a política social do prefeito Kassab é equivocada ou mesmo ridícula, tanto a Guarda quanto todos os outros profissionais da área das políticas sociais são mal pagos e, no caso de educadores sociais, não tem benefício algum, nem insalubridade. Sem projetos habitacionais, psicossociais e educativos o Democratas segue esmagando a população na miséria para depois trata-la como caso de polícia.
Mas e a melancia? Acreditando que a movimentação nas ruas é uma antecipação do carnaval, a sociedade segue atenta às bundas, para aliviar a pressão do trabalho e na folguinha do almoço esquecer os problemas.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Igreja Universal da democracia de Deus! Se eu não for pro céu, posso pedir reembolso?


Nas sociedades ocidentais contemporâneas, sob regimes democráticos, a categoria mercado tem presença marcante na organização do trabalho, do consumo, da cultura e na política. Sua lógica penetra em todas as esferas de interação social, influenciando todo tipo de prática, individual ou coletiva, tendo a competição como característica fundamental. Assim também é na política, ganhar uma eleição não é muito diferente de vender um produto, o marketing político hoje tem espaço privilegiado nas estratégias partidárias e a competição entre as bandeiras se da no contexto de uma indústria de bens culturais. Isto posto, fica mais fácil identificar quais as questões relevantes no que toca aos escândalos da Igreja Universal.
Para além da querela entre a Globo e a Rede Record existe uma problemática política importante. O que se tem noticiado com freqüência, e o que o Ministério Público investiga, é o fato de a igreja estar ludibriando seus fiéis investindo o dinheiro das doações em negócios privados, no intuito de enriquecer os bispos ou para bancar uma emissora de Tv. Será que este fiéis realmente foram enganados, ou é de interesse também deles de que haja uma emissora de Tv em rede aberta que defenda seus valores, onde podem assistir a cultos e ouvir mensagens? Talvez a estrutura montada com o dinheiro dos fiéis seja bastante coerente com os seus anseios. Afinal a doutrina da Universal é claramente voltada para o sucesso material, sua ética está de acordo com as necessidades de ascensão e segurança dentro de um contexto de competição capitalista. Sua disciplina está voltada para o sucesso material em vida, em troca das doações promete-se a bênção da mobilidade social. Doa quem quer, acredita quem precisa, e se a massa de crentes aumenta a cada dia, é porque a promessa da religião parece mais palpável que as promessas da democracia.
No entanto, hoje assistimos a uma invasão político partidária, por pessoas ligadas às religiões evangélicas, no mercado político nacional. Os fiéis votam cegamente em seus bispos e pastores. Nossas eleições, marcadas pelo autoritarismo e pela manipulação, ficam ainda mais reféns de contornos corporativistas. O voto acrítico dos fiéis em seus representantes da mensagem de Jesus é de longe muito mais preocupante que o fato de Edir Macedo ter ou não desviado dinheiro das doações. E de que forma a sociedade brasileira assiste a cooptação do mercado político pelo messianismo religioso? Como pensar em democracia quando as religiões – e o catolicismo se inclui neste balaio – condicionam o voto do cidadão? As formas como o discurso religioso se cruza com o político é que devem estar na agenda de debates da sociedade. E justamente por ser uma questão não só relativa aos evangélicos é que se colocam panos quentes – afinal, partidos cristãos não são nenhuma novidade – e justamente por tocar nas raízes dos problemas de nosso mercado político, ha muito corporativista e populista, para não lembrar do cabresto, é que não se fala das ligações entre política e religião, assim não se põem em cheque a legitimidade das instituições democráticas. Sustentando a democracia como mito ou valor. Mas e a democracia de fato?
Um provável resultado de toda esta celeuma seria o direito de um fiel, que declara ter sido lesado, poder reaver na justiça doações realizadas, o que é justo, mas não foge da lógica de entranhamento das religiões com o mercado. Fica ai a questão: a religião deve se confundir com a política???

sábado, 15 de agosto de 2009

O dilema ético da Cracolândia! Operação empurra ou violação de direitos?

Viva o Centro, Nova Luz, Luz Nova e agora Luz Viva, os nomes mudam, mas a situação não muito. As estratégias desesperados da prefeitura de São Paulo para revitalizar a região da Luz onde encontramos a chamada Cracolândia, não conseguem ir além de operações policiais, girando em círculos, o poder público custa a assumir um trabalho preventivo. As soluções focadas na população de rua, que se encontra no centro, não passam de paliativas e mesmo midiáticas. Em quanto não forem propostas soluções nas comunidades, o fluxo de pessoas para as ruas do centro não se interromperá. Todos que se encontram em situação de rua e freqüentam o circuito das drogas no centro têm uma história, estão lá por algum motivo e certamente, em se tratando de crianças e adolescentes, já passaram pelo filtro da rede de serviços assistenciais ou escolas. A imensa maioria desses jovens tem prontuários nos conselhos tutelares ou processo de longa data na vara da infância. O poder público há muito tempo esta avisado que algo não ia bem com estas famílias, suas histórias estão registradas em pasta gordas que os conselheiros morrem de preguiça de ler, como se estivessem esperando uma tragédia acontecer para assim abrigar filhos desamparados da miséria. Na prática pouco o conselheiro pode fazer, quando sente que esgotou os seus recursos encaminha o caso a justiça, que é lenta e está muito distante das histórias de vida em questão. Se na medida em que através da escola e do conselho tutelar a família vai avisando de suas dificuldades – falta de creche, envolvimento de um dos filhos com a justiça, abuso de substancia e mesmo a fome e falta de assistência médica e psicológica. A rede de serviços e a justiça parecem assistir de camarote o pior acontecer, os filhos irem para a Cracolândia, os pais perderem a saúde para o trabalho, em fim, a desagregação total dos laços familiares e comunitários.
Os jornais não param de noticiar o vai e vem das ações policiais na área, e a baixa adesão às soluções via saúde mental, enfatizam que a maioria dos usuários de crack rejeita o tipo de ajuda oferecida, dando voz aos comerciantes a favor da internação compulsória, solução rejeitada inclusive por Januário Montone, secretário municipal da Saúde de São Paulo que chamou de “desastrada” a operação que recolheu centenas de moradores e rua e encaminhou – de baciada – para os serviços de saúde. Parece-me que para opinião pública a operação é apenas um empurra empurra, de manhã a polícia expulsa as pessoas da luz que se refugiam nos arredores – “Vim pra cá porque estão batendo na gente lá.” Durante a tarde a Praça da República fica lotada, a polícia vem os espalha e dentro de uma hora tudo está como antes, até a polícia passar lá de novo, a rotina também não é fácil para os oficiais, pressionados para agir de forma truculenta, muitos tem certeza de que isso não resolve. Os comerciantes do centro cobram uma recuperação desses indivíduos, mas pouco sabem quais as dificuldades envolvidas, há uma grande falta de opções de serviços para esta população, para crianças sem família nenhuma só lhes restam os abrigos onde não há vagas, aliás uma opção pouco encorajadora.
Não podemos cogitar a hipótese de internar compulsoriamente, só se estivéssemos na Alemanha Nazista, o Estado esteve ausente durante toda a vida dessas pessoas, ignorando seus pedidos de ajuda, deixando ao deus dará famílias inteiras, mão de obra barata para serviço porco e pesado que não encontrou no poder público a segurança almejada da modernidade. Agora que as elites querem se livrar da gentalha sobressalente, atacam sua liberdade sem oferecer nada em troca, querem trancar os viciados, retirar a guarda dos filhos de famílias na miséria - como se abrigar uma criança fosse alguma garantia de futuro – e principalmente esconde-los em guetos, culpabilizando-os por sua condição, condenando-os a objeto da repressão disfarçada de operação de revitalização. Hoje a saúde esta no olho do furacão, a Secretaria de assistência Social percebeu que não vale a pena atuar conjuntamente com a polícia, inviabiliza seu trabalho, os agentes de saúde, as buchas de canhão da vez, não estão devidamente capacitados e subsidiados em sua rotina de trabalho ( quando um agente presencia um assassinato, lhe oferecem um cafezinho e um intervalo de alguns minutos ). Se a rede de serviços que podem desenvolver um trabalho preventivo, que evite que as pessoas procurem as ruas, a droga e o crime, não aumentar consideravelmente sua oferta e principalmente que as demandas identificadas sejam trabalhadas, que demandas escondidas sejam identificadas através de um trabalho pró-ativo do sistema de garantia de direitos, a população de rua não parará de aumentar. Não deixemos que o debate em torno desse tema descambe para a supressão de direitos e para o fascismo, não importa se a pessoa é nóia ou ladrãozinho de bolsa, são todos filhos do descaso do poder público, que agora deve assumir sua responsabilidade na recuperação e fortalecimento destes cidadãos e não simplesmente tentar varre-los para debaixo do tapete. Ta ai o dilema ético em questão, devemos aceitá-los em suas condição e ao mesmo tempo oferecer incondicionalmente alternativas para suas vidas e pra um novo futuro.

Palavras da Cracolândia!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"Os Segredos do Macaco" - Gorilas, babuínos, chipanzés, laterais ,pontas e centroavantes.



Começo este texto com as seguintes indagações: Qual o problema de chamar um negro de macaco? E porque jogadores de futebol negros só se casam com loiras?
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), acreditou que as espécies têm uma origem comum, como o macaco e o homem, que descendem de um mamífero primitivo ancestral (antigo). A tese de Darwin até hoje é mal interpretada não só nos manuais escolares, mas também no senso comum apontando que nós (homens) descenderíamos dos macacos, quanto o que ele somente teorizou é que macacos e homens seriam apenas parentes.
O fato é que hoje em dia ninguém quer ter nenhum grau de parentesco ou assemelhar-se a um símio, já que os modelos e consumo sociais de beleza estão mais para girafas esquálidas do que para orogotangos pançudos. O que também não podemos esquecer é que essa padronização de valor e beleza é marcada historicamente.
O antropólogo José Jorge de Carvalho diz que os seres humanos que classificamos como caucasianos, isto é, de pele clara, olhos claros, cabelos lisos e narizes finos - enfim, os “brancos” ocidentais, europeus em geral e muito particularmente os anglo-saxões - definiram um padrão de valor e beleza para toda a espécie humana e o impuseram (antes a ferro e fogo e atualmente através da indústria cultural e do controle político e financeiro) a todo o resto do mundo. Essa imposição começou no séc. XVI, quando os europeus conquistaram a América e consolidaram o tráfico de escravos da África para o Novo Mundo. A partir daí, a combinação de escravidão, colonialismo e capitalismo marcou a imagem do homem branco ocidental como superior aos não-brancos (que começaram a ver-se como não-brancos) dos demais continentes. E penso ser nessa tríade que se coloque o problema: “escravidão, colonialismo e capitalismo”.
Alguns dirão: Lá vem mais um discurso afro-chato! E talvez o seja. Mas se pararmos para pensar, comparar um ser humano, seja ele azul, ou, amarelo de pitinhas pretas, com macaco não é tão ruim assim, já que segundo Darwin somos parentes. Mas se comparássemos um macaco com um ser humano? Teríamos que viver no Planeta dos Macacos, filme 1968 cujo enredo se baseia na experiência de um astronauta sobrevivente de uma missão espacial, que aterrissa em um planeta igual à Terra e descobre que uma raça de macacos falantes domina e escraviza seres humanos, que são mudos.
Assim no Planeta dos Macacos, o atacante Graffite do São Paulo, na Copa Libertadores de 2005, não precisaria ter se preocupado por ter sido chamado de macaco pelo zagueiro Desábato do Quilmes, da Argentina. Nem o volante Tinga quando defendia o Internacional de Porto Alegre precisaria ter ficado ressentido quando em jogo contra o Juventude, também em 2005 no estádio Alfredo Jaconi, pelo Campeonato Brasileiro, torcedores do Juventude gritavam "macaco" cada vez que ele tocava na bola.
A pergunta é: Porque somente os negros se sentem mais ofendidos a serem comparados com macacos? Será que teria algo a ver com uma esquizofrenia que acomete a um povo que não consegue se libertar de seu passado de escravidão? Estaria ai também a resposta do porque jogadores negros que ficam famosos, arrumam logo uma loirinha? Como os negros fazem para não serem comparados a chipanzés?
São questões complicadas e divertidas. É certo que em países de passado colonial e escravista, a cor da pele e a origem étnica são fatores que provocam exclusão e discriminação. Assim, seria hilário chamar um negão rico, que se apaixona uma loira, de King-gong, mas o Empire State é um edifício bonito só para aqueles que estão no alto.


Navegando pela rede colhi um exemplo que pode elucidar, ou pelo menos apontar caminhos possíveis para o entendimento das relações “humanas” no Planeta dos Macacos. O portal literal do Terra traz a seguinte passagem sobre o jornalista, escritor, abolicionista e republicano José do Patrocínio:
Patrocínio discursava empolgado quando lá no fundo da platéia alguém gritava algo como:
- “Cala a boca preto!”
Ao que Patrocínio, impassível, mesmo diante das gargalhadas nervosas da platéia de políticos, brancos em sua maioria, emendava:
-“... Preto como o feijão, que abastece as nossas mesas saciando a nossa fome!”
Mas a voz ao fundo insistia:
- “Cala a boca crioulo!”
E Patrocínio respondia de pronto, sem pestanejar:
- “Crioulo sim, como o jacarandá, madeira nobre com a qual construímos os móveis que embelezam os nossos salões!”
Era quando então, acossada pela dificuldade de desmontar a firme convicção do orador a voz apelava:
-” Cala a boca, macaco!”
Patrocínio, ainda no mesmo tom, respondia:
-"Macaco como... macaco como...(mas, logo a seguir,estressado, perdia a linha,)...Macaco é a puta que te pariu!”
Aí, sim, o clímax, a catarse. Patrocínio desqualificado, caído de sua pose e rebaixado à condição de reles crioulo normal.
Confesso que não conhecia o exemplo, mas podemos deduzir que Patrocínio sofria de uma esquizofrenia crônica, filho de padre e escrava, era farmacêutico, jornalista, escritor, orador e político. Não era um escravo, dentro de uma sociedade escravista obteve mobilidade social e mesmo assim se incomodou por ser chamado de macaco. Durante a história esses pretos me vêm com cada uma, não é mesmo?!?


Escrito por Christian Moura e publicado em 11/8/2009 por " CaLA a BoCA GaLVÃo / Desopilando os pelos deste mundo petshop cão!!!" http://christian.moura.blog.uol.com.br/

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Médicos morrem de gripe suína e hospitais são proibidos de divulgar dados.


Se você não estava muito preocupado com a nova gripe: preocupe-se!! O governo tem abarrotado hospitais e operadoras de planos de saúde de ofícios para que não divulguem os dados. Até hoje 12 médicos morreram em Curitiba, que atualmente cogita a hipótese de declarar estado de calamidade pública. O HC já teve mais de 110 mortes, mas só puderam divulgar 28; muitos profissionais de saúde estão internados. A comunidade médica sabe que a situação é alarmante e mesmo desesperadora, boate, restaurante por quilo e qualquer tipo de aglomeração não é recomendada.
No México foi preciso parar o país, todo mundo ficou em casa, e lavando as mãos! Se pudermos usar o que um médico pensa sobre esta epidemia como termômetro, as medidas preventivas têm que ser levadas a sério. O Estado omite informação com a desculpa de evitar o pânico, no entanto não toma as medidas necessárias para evitar que o vírus se alastre, nem ao menos tem condições de atender a maioria da população pelo SUS. Será que a sociedade brasileira não está preparada para enfrentar a gripe? O que importa, devemos enfrentar o problema da melhor forma, sem omissões ou autoritarismo velado, o jogo tem que ser limpo. O engodo das semelhanças com a gripe comum deixa de esclarecer a todos que depois de cinco dias as chances de cura diminuem muito, ao atacar os pulmões os médicos já não sabem exatamente como proceder – alguns pacientes são colocados em coma induzido para amenizar o sofrimento - o medo é que o vírus se fortaleça e passe de nível 1 para 4. E começa a distribuição de Tamiflu que, se ministrado a pacientes que não tem o vírus, pode vir a fortalecê-lo.

TAMU FÚ!!!!!!!!!

As mentiras devem acabar! afinal o que exatamente esta havendo? Qual o real perigo de contágio? Por fim que tem menos dinheiro correm mais risco e essas classes não terão também acesso a informação de qualidade sobre a gripe, a prevenção sempre ignorada pelas políticas públicas, por não salvar diretamente vidas, os governos preferem esperar as pessoas começarem a morrer para contabilizar os tratamentos com êxito. As elites querem mesmo diminuir a pobreza matando os trabalhadores de pneumunia, mulheres grávidas e crianças. É um absurdo essa articulação por debaixo do tapete para esconder dados, favorecer a indústria farmacêutica e o sistema privado de saúde, declaram evitar o pânico, mas só o fazem correr em câmera lenta, varrendo a tragédia para a periferia da sociedade sem deixar de manter uma mínima sensação de segurança para as classes da alta renda. Rico não anda em bando nem freqüenta aglomeração, e pode ainda trabalhar em casa, não pega busão! Pede pra empregada passar álcool em tudo. Neste momento os médicos também são vítimas do descaso do poder público – empresas como a Unimed já perderam profissionais pela gripe A e estão alarmadas. Portanto a epidemia é seria e logo ficará inegável, troque informações com que conhece, pois se depender do governo e da mídia, nunca saberemos qual a verdadeira proporção do perigo que o vírus H1N1 apresenta.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Gripe suína – Gripe sovina: um epidemia pode ser democrática?


Até agora não escrevi nada sobre a gripe e o H1N1 por que eu estou morrendo de medo!!!!!!!! Claro! Sou brasileiro assalariado! Existem muitos motivos para se desconfiar do que se veicula nos jornais de todo tipo, sobre a gripe suína ou o H1N1. Se refletirmos sobre os interesses em jogo, veremos que a omissão de dados e até mesmo socorro faz sentido. Provavelmente o problema é anterior a abril e a vacina já poderia ter sido providenciada, pois já tínhamos a matéria prima, no entanto se medidas sanitárias e a vacinação ocorrem antes mesmo do contagio alcançar níveis perceptíveis ou alarmantes, se economizaria tratamentos. Muitos casos de morte por pneumonia podem ter sido gripe A, mas não foram diagnosticadas e não entraram para as estatísticas, aliás, atualmente podemos crer que o número de mortes por essa gripe seja maior do que os oficialmente divulgados. A palavra chave da saúde é prevenção, mas para os negócios tratamento é mais lucrativo. Claro que este contágio não é absoluto e nem cresce em progressão matemática, mas como as medidas sanitárias e profiláticas têm alcance limitado para a maioria da população, a gripe aos pouco encontra um ambiente mais favorável entre os grupos de baixa renda. Ou seja: vai matar muito pobre. E o desespero da população aumentará na medida em que o SUS deixar de atender a demanda para só filtra-la, é a peneira do quem morre e quem fica vivo.

A Sociedade Brasileira de Infectologia deseja ministrar o antiviral oseltamivir para todos os pacientes que apresentam sintomas de gripe e obviamente isto poderá fortalecer o vírus. Por outro lado o diagnóstigo não é generalizado para todos, se todos fizerem o exame, sera tratado quem realmente tem o H1N1. O governo não esta interessado em gastar dinheiro com reagente para os testes, o negócio agora é Tamiflu, e assim tamo fú! Esta semana foi anunciado que ficará a critério do médico a prescrição do antiviral - jogaram a batata quente pra frente – podendo ser feita com ou sem o diagnóstico, já que o tratamento deve se iniciar até 48hs após o início dos sintomas. 24hs já estão perdidas, o tempo da pessoa perceber que esta doente e procurar o hospital público. É o medo de se estar com gripe A, e só o diagnóstico pode tranquilizar, e a certeza de poder fazer o tratamento. Até quanto os estoques serão suficientes??? E porque é tão difícil fazer o diagnóstico? Quem pode fazer uma dívida de cem reais no cartão de crédito procura os laboratórios Fleury nos hospitais de referencia como o Santa Catarina (quem diria que ele salvaria vidas heheheh) e paga para fazer o exame – se eu ficar muito gripado eu vou lá – mas não é assim que deve funcionar a saúde pública, todos tem o direito ao diagnóstico gratiuitamente e rápido!!!!!!
Como no livro A peste de Albert Camus, as pessoas custam a acreditar na epidemia, pensam que se morre da nova doença na mesma proporção que das outras, ficam cautelosos em chamar de peste, não querem perturbar a rotina acreditando que ha tempo, e no fim.... Quem tem dinheiro vai ser tratado e ficar vivo para se orgulhar da história, os pobres vivenciarão o desespero, o SUSto e assim, para alegria das elites higienistas, a epidemia mata desigualmente as classes. Para os laboratórios famacêuticos são tempos de propsperidade e a gripe vai descurtinando o lado sovina da sociedade, que se viu, espirrando na cara do pobre. Logo algum facista vai dizer que o vírus diminui a pobresa, e sem ser em tom cômico, aos pouco cresce a indiferença com os que morreram por descaso.
Se hoje vivemos um certo revival dos 80 é por que ainda esperamos a democratização e assim desentulhamos aquele vinil do RPM para ouvir enquanto ela não chega!!!!!!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Danilo Gentili é um idiota!!!!!!


Não dar o braço a torcer é a primeira e principal característica dos idiotas liberais, e a mídia esta repleta deles. Tudo bem, o politicamente correto é uma merda, mas para sair de uma saia justa é preciso inteligência fundamentada numa visão ético-política, revirar a merda só aumenta o mau cheiro. O playboizinho do Danilo acaba de perder toda legitmidade que tinha como comunicador revelando seu lado liberal-autoritário e racista, para imbecis como ele a culpa da inflação é do sindicato que pede melhores salários, o bolsa família deixa as pessoas preguiçosas, o funk - que é uma música popular - não passa de porcaria, e em nome da liberdade de expressão as grandes multinacionais das telecomunicações tem carta branca para fazerem o que querem e serem sectaristas, assim como a publicidade pode defender os mais bizarros valores.

Danilo Gentili é um idiota!!!!!!

A diferença entre ele e os jovens que queimaram um índio em Brasília é somente o vidro de álcool e o fósforo! Da tolerância repressiva de uma ditadura, Danilo desliza para a defesa liberal da repressão no regime democrático ( haa...democracia; essa piada...ninguém ri!), desta forma vemos o quanto Soares, Paulo Beti, Regina Duarte e um punhado de outros artistas que lutam pelo fim da meia entrada, contra a pirataria e os downloads na rede e adoram a lei Rouanet, tem em comum com o Danilo, moleque novo que não sabe o que ta fazendo. Como comunicador ele comunica que partilha da massificada preocupação liberal com uma ameaça (fictícia) de algum tipo de autoritarismo, e que em nome disso chama de autoritarismo a afirmação de que existem injustas diferenças e que há uma dívida histórica entre os grupos que compõem a sociedade. Para esses babacas individualistas, achando que cultura é falar a primeira merda que vem na cabeça, expressar o que pensam é sempre melhor que pensar no coletivo ou pensar em uma coisa inteligente para falar ao maior número de pessoas possível. Pobre da liberdade de expressão, defendida só por quem quer aparecer!

Para ilustra o atual dilema da mídia no Brasil vejam o que no fim dos anos 50 Conrad Rheinhold, escritor de teatro alemão, disse em uma entrevista para a Der Spiegel sobre sua transição da Alemanha Oriental para a Ocidental:

" No Leste espera-se que o teatro político mude a sociedade, mas não é permitido falar sobre nada; no Ocidente, é permitido falar sobre tudo o que se queira, mas não é permitido mudar nada absolutamente"

Obama faz visita a região da cracolândia, no centro de SP


DA REPORTAGEM LOCAL O presidente dos EUA, Barack Obama, fez uma rápida visita a São Paulo nesta última sexta-feira. Obama veio de Washington onde participou da “Cúpula da cerveja” reunião que discutiu a questão racial e o desenvolvimento sustentável nos Estados Unidos.Obama veio acompanhado de seu vice, Joe Biden, o intelectual negro Henry Gates Júnior e o policial branco James Crowley. O objetivo da visita segundo sua assessoria foi aprender como lidar com o racismo através da experiência da política eugênica e higienista dos governos municipal e estadual de São Paulo.Nas últimas semanas Obama envolveu-se no incidente com o professor Henry Louis Gates, que foi preso dentro da sua própria casa pelo policial James Crowley de Cambridge, Massachusetts, que estava atendendo a uma denúncia de um possível arrombamento. A prisão do professor reascendeu o debate sobre o racismo e a atuação policial nos Estados Unidos.O vice-presidente Joe Biden sugeriu a Obama, que viesse a Cracolândia para conhecer de perto como é tratada a questão racial no Brasil. Aqui os pretos que tentam viver no centro da cidade recebem um tratamento diferenciado, não só pela polícia, mas também pela sociedade civil. Aqui são considerados dejetos sociais, viciados inveterados, ou simplesmente invisíveis. Por meio de operações esdrúxulas, resultado de políticas públicas de “perfumaria” e fascistas, são encaminhados para serviços públicos inadequados que carecem de suporte técnico e vagas em quantidade.Obama não concedeu entrevistas e não houve declaração oficial do presidente durante a estadia na capital paulista, mas a lição que o primeiro presidente negro dos Estados Unidos pode tirar da sua rápida visita a região central de São Paulo, é que a melhor forma de enfrentar o racismo, é matando os negros, então não terá há quem discriminar.

Christian Moura

domingo, 2 de agosto de 2009

VIII Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente: Ópera carcamana da democracia!!!!


Nos dias 29, 30 e 31 aconteceu em São Paulo a Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, precedida por pré-conferencias e conferencias lúdicas, protagonizadas pelas crianças e adolescentes, contou também com a participação de trabalhadores de diversos serviços destinados a este público na cidade. O dia 29 reservado aos jovens não contou com a presença do prefeito Kassab, no entanto o adolescente selecionado para mesa não deixou que esta ausência passa-se despercebida, sua indignação não foi escondida e não poupou vocabulário pesado. Montoro, foi chamado de filho da puta dentre outras coisas, junto com o prefeito que ele lá representava, como de costume dos autoritários, enfrentou a plenária e repreendeu o garoto. No dia 30 logo trataram de arrumar uma adolescente da juventude malufista para assumir o lugar na mesa – uma vergonha para os jovens – defendeu o Montoro, e como a maioria condenou a voz do adolescente vindo da Fundação Casa. Este episódio é apenas um exemplo da bagunça de orientações políticas que estes espaços congregam, fazendo parecer que o intuito desta conferencia seria a própria manutenção da conferencia – algo que inclusive apareceu como proposta de extinguir a conferencia – já que muitos dos atores não encontrava o sentido de lá estar.


Os mecanismos de organização estão muito viciados por disputas menores, clientelistas e voltadas para os cargos de delegado ou em defender o governo e o prefeito, secretário etc... Alguns alunos de escolas particulares também parecem interessados apenas tumultuar, não economizam dedo na cara dos representantes da periferia – é inacreditável - o dia todo só para aprovar o regimento, e as discussões, os debates??!?!?. Essa bricoloage nonsense reflete a total ausência de um projeto coletivamente elaborado pelo conjunto dos atores envolvidos no processo da conferencia, que por acontecer de dois em dois anos fica pelo menos um ano carente de articulação. No fundo a falta deste projeto assim como e produção e dados e conhecimento a cerca das demandas das políticas sociais e do sistema de garantia de direitos e a continuidade da articulação dos atores foram temas debatidos e figurou nas preocupações de muitos delegados e participantes. O pluralismo sem projeto, delegados sem representatividade e manipulação pelo poder público esvaziam muito de que esta conferencia poderia ser, é necessário sempre preservar estes espaços, estes institutos de representatividade, mas as dificuldades encontradas por aqueles mais interessados na construção de políticas públicas democráticas e que combatam as desigualdades, supera as possibilidades objetivas de luta –ganhamos pouco, não somos ouvidos e temos medo da perseguição (quem é que pode por o trampo em risco?) – já que o baixíssimo número de participantes, metade do esperado, mostra que o caminho para uma articulação mais sólida é longo.



No fundo o adolescente que chamou o prefeito de nome feio e mandou o Montoro para casa do Kassab, foi o que mais representou a opinião popular e a visão dos jovens – Contra a lei de redução da maioridade penal, toque de recolher e sim para escolas que prestem, opções para as novas gerações e claro melhores salários!

VIII Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente: Ópera carcamana da democracia!!!!
Essa democracia que inventaram é propositalmente complicada e entediante – jovens! Participem!!!!!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cracolândia!!! 70% vem de outras regiões! ...é...o buraco é mais embaixo!

Isso mais do que prova que ao invés de repressão é necessário prevenção! A Zona Leste se destaca como região mais freqüente na origem de crianças e adolescentes que vivem em situação de rua no centro de São Paulo, talvez porque seja a região mais densamente povoada, no entanto no seu extremo a Carência de serviços públicos é gritante. A falta de vagas em creche se mostrou como um dos mais graves problemas em toda a cidade. A criança que não está na creche tem mais dificuldade de se integrar na escola, de aprender a ler e até mesmo se relacionar. Fica na rua desde cedo ou enclausurada em casa, famílias numerosas, com dificuldades materiais – o que quer dizer que passam fome e frio – que lutam para manter uma rotina que envolva todas as crianças e as deixem seguras, não podem carecer deste serviço. A meta deve ser: TODAS AS CRIANÇAS NA CRECHE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para os fascistas de plantão basta sentar o porrete! Apesar de algumas opiniões agressivas, a sociedade civil de coloca com democrática e a favor da garantia de direitos, dos dias 29 a 31 a cidade de São Paulo realiza a CONFERENCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES, onde professores da rede pública, educadores de núcleos sócio-educativos, abrigos, centros de referência, Núcleos de Proteção Psicossocial Especial. Além do funcionalismo das secretarias de educação e assistência social mais as Ongs e os conselheiros tutelares. “Protagonizada” pelos jovens, pelo futuro da nação, a conferencia vai abordar uma infinidade de temas e apresentar uma salada de propostas que devem ser sintetizadas para a conferencia nacional em Brasília. De qualquer maneira a participação das crianças e adolescentes é ótima, mas será que a preparação, com debates e palestras sobre os eixos temáticos, foi bem feita durante o ano? A precariedade dos serviços públicos, os constantes abusos e violações do ECA e a desesperança geral é tanta que tudo falta e é difícil encontrar um foco. Os atores envolvidos no sistema de garantias de direitos, na educação e na saúde é que devem propor este foco, na medida em que lidam diariamente com este público e conhecem suas histórias de vida, podem avaliar o que seria urgente em termos de prevenção. CRECHE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Dente outras coisas.
Sem foco o protagonismo e a participação da sociedade civil viram samba do crioulo doido!!!!!
É... a sociedade se viu e não gostou, tava tudo uma bagunça!

domingo, 26 de julho de 2009

A cracolândia está no caminho certo???



Santa ignorância Batman !

“Fosse no governo militar garanto que esse monte de nóia não ia ser grande problema, agora com essa de democracia e direitos humanos, sempre aparece algum vagabundo pior que eles, pra ficar defendendo…

E Laiá!!! Me dá bunda pra vê, samba pra samba e toca a bola pro Romário!
A historiadora Ângela Aparecida Teles afirma que o bairro de Santa Ifigênia e seu entorno tornaram-se alvo do poder público, em especial as forças de segurança, a partir da década de 1950. É a partir daí que o bairro dos Campos Elíseos, onde, em curto espaço de tempo, apossava-se territorialmente de toda a área circunscrita pelas ruas e avenidas Timbiras, São João (praça Júlio de Mesquita), Barão de Limeira, Duque de Caxias, largo General Osório e rua dos Protestantes, tornava-se: a “Boca do Lixo”, o “Quadrilátero do Pecado”, o espaço dos vícios humanos e conseqüentemente dos humanos viciados.
Se o Capitão Nascimento ou o Cabo Bruno atuassem nessa época, com certeza encontrariam ali todo exemplo de “dejeto humano”, qual a única saída pode ser a da morte (como no caso extremo dos campos de concentração), no dizer do geógrafo Rogério Haesbaert da Costa. Os dois agentes da lei, ícones da sociedade da barbárie, do olho por olho, dente por dente, estralariam um thriller chamado “COM LICENÇA PARA MATAR” e sangrariam, esquartejariam, fuzilariam “punguistas, rufiões, vigaristas, homossexuais, músicos, prostitutas, policiais corruptos, traficantes e alcagoetes, além, é claro, dos otários, em torno de quem tudo girava”.
Hoje a região, Cracolândia, ou a ‘Terra do Crack”, é o sonho de consumo de nove entre cada dez nóias. É também o palanque mais disputado por subprefeitos higienistas, prefeitos fanfarrões e governadores auspiciosos. Têm também o interesse das “corporation socities” e das “mega-hair empreendimentos”, empresas com responsabilidade eco-ético-ambiental. As Ong’s de trabalho sério, compromisso com a transformação social e a reintegração social. Além é claro, o local preferido para coberturas jornalísticas engajadas, comentários psicosócioculturais, e artigos cibernéticos meio de “esquerda-meio, meio-intelectual”.
Como matar pega mal (eu acho!), Nascimento e Bruno têm que se comportarem, agirem á luz do dia e com a ajuda dos agentes de saúde. E ainda por cima sendo filmados por repórteres bonitões e intrépidos jovens jornalistas. É mesmo uma ação conjunta que responde a atual conjuntura?!? O romantismo dos punguistas que tinham ética e valores foi substituída pela execração da condição humana exibida pelo nóia: - "Sou nóia mesmo, e daí?".
O que fazer com os nóias? Quem são os nóias? Porque tanta nóia? Tem algum lugar adequado para se tratar das nóias? As formas crônicas de delírios de relacionamento, ciúmes e perseguição e a chamada esquizofrenia paranóide pode atingir a qualquer pessoa, de qualquer cor, credo ou classe social? Porque os nóias estão no centro da cidade, qual o caminho certo do centro? O que é o centro? Para que serve o centro? UFA!!!
O governo estadual e a prefeitura de São Paulo, Ivaldo Bertazzo e sua companhia de dança, Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de São Paulo, Andréa Matarazzo, subsecretário da Sé, Caco Barcellos, repórter da rede Globo, e a sociedade civil aproveitando o nome desse blog, pergunto-lhes: A cracolândia está no caminho certo?

“A filósofa judia Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar”.

Clodovil, coloca o maiô que vai sair sol!!!

06/07/2009
Por Christian Moura.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ações da cracolândia, moradores de rua estão no caminho certo!

As agencias de notícia continuam dando destaque para a cracolândia, enfocando o projeto da Nova Luz e a Ação Integrada Centro Legal; segundo Gilberto Dimenstein, hoje para a Folha de São Paulo, a atuação da prefeitura, da polícia e da sociedade civil, que é especificamente representada pela aliança Viva o Centro, está no caminho certo, sendo a integração de serviços seu principal trunfo. No entanto a integração ainda esta longe do ideal de gestão, além de a oferta de serviços específicos ser baixa, a internação não pode ser compulsória e mesmo que tenha sido a alternativa mais aplaudida pela opinião pública, deve ocorrer dentro da normalidade da Lei Federal 10.216, de 6 de abril de 2001 e pautada em um laudo médico que ateste um transtorno grave.
Existe um pressão política e institucional para que os agentes que atuam na área convençam os usuário a se internarem – para que fiquem longe das ruas por uns dias – contudo o que se vê é que 80% das pessoas abordadas se recusa a receber algum atendimento. Este número indica que para que um usuário de crack, que rompeu com a família, o trabalho, e a maioria dos laços sociais que tinha, decida mudar sua situação e busque um novo sentido à sua vida, é preciso de tempo. Tempo para que se conheça sua história, para que se crie vínculo e confiança e opções de encaminhamento pisicossocial, possibilitando alternativas reais para que este indivíduo faça novas escolhas e deixe as ruas. A sociedade brasileira e a classe política prescisa aprender que sai muito mais caro remediar uma questão social, como o abuso de crack e a violência decorrente, do que prevenir com escolas, creches, melhor atendimento na saúde e principalmente emprego digno.
Pela internet podemos observar a opinão de muitas pessoas que comentam as notícias sobre a cracolandia e muitas vezes revelam um lado preconceituoso e autoritário, em geral parcelas da classe média que são mais diretamente atingidas pela violência tende a repudiar de forma mais enérgica a humanização de criminosos e usuários de drogas, portanto o debate com a opinião pública deve ser cuidadoso para que não se distorsa as soluções em simples repressão.
No outro lado dessa história, se pensarmos mais profundamente no fenômeno dos moradores de rua, percebemos que não estão parados, que não são passivos em relação as políticas públicas e que também desempenham um papel neste conflito e empregam uma ação.
Reagindo as propostas higienistas e visando a construção de um debate público e um política nacional para a população de rua movimento Nacional da População de Rua (MNRP) a Pastoral do Povo da Rua, a Organização de Auxílio Fraterno (OAF-SP), o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) e Associação Rede Rua, somam esforços para colocar a questão na agenda pública e transformaram-se em um Fórum permanente e estão presentes em todas as consultas públicas sobre o plano de metas na Nova Luz para responder as evasivas explicações dos técnicos da prefeitura de São Paulo sobre as ações na região. São a única voz que representa o povo da rua e oferece um contra-ponto à visão da polícia, dos comerciantes e moradores e da sub-prefeitura da Sé. O protagonismo desta população é a chave para a resolução deste conflito. Para quem se interessa pela versão da rua dessa história o Fórum Centro Vivo é um ponto aglutinador destas ações e debates.
http://www.centrovivo.org/

quarta-feira, 22 de julho de 2009

REPRESSÃO na CRACOLÂNDIA

Nessa manhã do dia 22 a subprefeitura da Sé organizou uma ação repressiva na região da Luz, centro de São Paulo. Andréa Matarazzo segue com seu projeto de higienização social e valorização imobiliária e lacrou mais imóveis nas ruas Helvétia e Guaianazes. A polícia chegou primeiro, chutando portas e enxotando famílias que se antes moravam em péssimas condições, hoje se tornaram moradores de rua, muitas dessas famílias seguiam a suas vidas independente da movimentação do tráfico na região, trabalham, estudam e lutam diariamente para não serem engolidos pela criminalidade, com muitas crianças pequenas que os pais se esforçam para que fiquem longe do crack. Hoje a prefeitura, com sua ação repressiva, expôs ainda mais estas pessoas a vulnerabilidade social, os policiais apenas permitiram que os moradores pegassem suas roupas, tudo muito rápido, neste momento todos eram suspeitos e não houve o menor cuidado para o despejo e não esta havendo nenhuma medida concreta para o encaminhamento destas famílias. Tal operação repressiva se apoiou na aceitação de internação compulsória, mesmo que não haja capacidade efetiva de atendimento ambulatorial a estas pessoas, que não são obrigadas a aceitar verticalmente esta internação. As vagas em abrigos que foram ofertadas são falsas, os agentes de proteção social que pretendem encaminhar crianças para os Centros de Referencia (CRECAS) não encontram esta disponibilidade de vagas, todas as operações que foram realizadas desta maneira pecaram pela não oferta de serviços de apoio. Encher um ônibus com os usuários de crack e levá-los para um posto de saúde apenas cria um caos momentâneo neste serviço.
Mais uma vez as políticas repressoras geram o agravamento das questões sociais que advogam resolver, os que foram despejados injustamente nunca foram comunicados de qualquer intenção de reintegração de posse, a assistência social não estava desenvolvendo um trabalho preventivo com elas, algumas freqüentam alguns projetos que podem dar apoio psicossocial, mas não tem como conseguir um teto. No fundo tanto os projetos sociais da sociedade civil, quanto os agentes da própria prefeitura são usados da forma e na hora que Andréa Matarazzo quer, as Ongs tem mais chance de se esquivar de participar destas operações, porém os funcionários municipais não têm escolha, primeiro a polícia chega e arrasa tudo, agride a população e espalha o terror. Só depois de ação policial é que estes agentes vão ao local juntar os cacos da população, em uma situação extremamente delicada destes trabalhadores (pouco remunerados), que podem inclusive, ser agredidos pelos "nóias" (felizmente hoje isso não ocorreu), no entanto eles pouco podem fazer por eles. A única verdade do projeto Nova Luz é a repressão e o descaso, o resto é tudo mentira, a prefeitura de São Paulo violenta a população desta região não os assistindo com serviços públicos e enviando a polícia para jogá-los na rua.
Por favor, salvem a Cracolândia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A CRACOLÂNDIA TÁ NA MODA!!!!!

A cracolândia está na moda, está na mídia e está na berlinda para os oportunistas com os jornalista. Neste último mês muito se noticiou sobre os usuários de crack da região central de São Paulo, a Globo se mostrou corajosa ao se embrenhar no meio dos usuários na Luz, colocou seu patrimônio em risco para pegar as melhores imagens e comover a sociedade. O modelo destemido e fragmentado do Programa Profissão Repórter é rico em imagens, pedaços de histórias sofridas e falas de efeito, no entanto é muito fraco de síntese, se acoberta na falsa imparcialidade do jornalismo, com a desculpa de informar a população e usa a miséria humana como espetáculo. Desde que a Subprefeitura da Sé divulgou o fim da Cracolândia, a mídia está farta de munição para impor seu poder sobre o governo municipal e se colocar como porta voz da solução para o problema do tráfico e abuso de drogas e da violencia decorrente. Porém este é um discurso que ainda não esta acabado e não há um consenso entre governo, elites economicas, a sociedade civil e funcionalismo que lida diretamente com as políticas públicas de educação, saúde, assistencia social, habitação dentre outras, para interpretar o problema. Ganha força a idéia de que o crack deve ser encarado como um problema de saúde pública e não de polícia, porém para que o SUS assuma seu papel e atenda os usuários de crack, muitos aspectos dos serviços devem ser repensados. Hoje o nóia da Cracolândia (adulto ou criança) se procura a Santa Casa, vai ter um atendido péssimo, olhado com nojo e despreso, os médicos falarão em alto e bom som que farão de tudo para que este paciente saia o mais rápido do hospita e principalmente, todos estão despreparados para manejar a agressividade e mesmo a apatia destas pessoas, que chegam ao serviço de saúde fragilizados e em intenso sofrimento. O Caco! Porque você não vai filmar os médicos da Santa Casa destratando os noias??? Melhor, faz uma reportagem com alguma família que foi despejada, que os filhos não tem vaga para estudar ou frequentar a creche, famílias numerosas sem renda, morando em lugares onde não há nada além de casas e barracos, bares e hostilidade. A Cracolândia é a ponta de fio de cabelo da miséria social, lá o problema está extremado, mas ele começa bem antes, começa quando falham os políticas públicas e o preconceito e a exclusão funcionam. Pela manhão de hoje uma morador da Cracolândia relata que as reportagens frequentes tem atraído noias das cidades vizinhas, ta chegando mais gente para fumar pedra na região da Luz, tá na moda e tá com tudo, os usuários de crack estão espalhados por toda a metrópole, mas a cidade do crack é um point, a rave ininterrupta mais badalada de São Paulo.

Palavras da Cracolândia...

domingo, 11 de janeiro de 2009