segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cracolândia!!! 70% vem de outras regiões! ...é...o buraco é mais embaixo!

Isso mais do que prova que ao invés de repressão é necessário prevenção! A Zona Leste se destaca como região mais freqüente na origem de crianças e adolescentes que vivem em situação de rua no centro de São Paulo, talvez porque seja a região mais densamente povoada, no entanto no seu extremo a Carência de serviços públicos é gritante. A falta de vagas em creche se mostrou como um dos mais graves problemas em toda a cidade. A criança que não está na creche tem mais dificuldade de se integrar na escola, de aprender a ler e até mesmo se relacionar. Fica na rua desde cedo ou enclausurada em casa, famílias numerosas, com dificuldades materiais – o que quer dizer que passam fome e frio – que lutam para manter uma rotina que envolva todas as crianças e as deixem seguras, não podem carecer deste serviço. A meta deve ser: TODAS AS CRIANÇAS NA CRECHE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Para os fascistas de plantão basta sentar o porrete! Apesar de algumas opiniões agressivas, a sociedade civil de coloca com democrática e a favor da garantia de direitos, dos dias 29 a 31 a cidade de São Paulo realiza a CONFERENCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES, onde professores da rede pública, educadores de núcleos sócio-educativos, abrigos, centros de referência, Núcleos de Proteção Psicossocial Especial. Além do funcionalismo das secretarias de educação e assistência social mais as Ongs e os conselheiros tutelares. “Protagonizada” pelos jovens, pelo futuro da nação, a conferencia vai abordar uma infinidade de temas e apresentar uma salada de propostas que devem ser sintetizadas para a conferencia nacional em Brasília. De qualquer maneira a participação das crianças e adolescentes é ótima, mas será que a preparação, com debates e palestras sobre os eixos temáticos, foi bem feita durante o ano? A precariedade dos serviços públicos, os constantes abusos e violações do ECA e a desesperança geral é tanta que tudo falta e é difícil encontrar um foco. Os atores envolvidos no sistema de garantias de direitos, na educação e na saúde é que devem propor este foco, na medida em que lidam diariamente com este público e conhecem suas histórias de vida, podem avaliar o que seria urgente em termos de prevenção. CRECHE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Dente outras coisas.
Sem foco o protagonismo e a participação da sociedade civil viram samba do crioulo doido!!!!!
É... a sociedade se viu e não gostou, tava tudo uma bagunça!

domingo, 26 de julho de 2009

A cracolândia está no caminho certo???



Santa ignorância Batman !

“Fosse no governo militar garanto que esse monte de nóia não ia ser grande problema, agora com essa de democracia e direitos humanos, sempre aparece algum vagabundo pior que eles, pra ficar defendendo…

E Laiá!!! Me dá bunda pra vê, samba pra samba e toca a bola pro Romário!
A historiadora Ângela Aparecida Teles afirma que o bairro de Santa Ifigênia e seu entorno tornaram-se alvo do poder público, em especial as forças de segurança, a partir da década de 1950. É a partir daí que o bairro dos Campos Elíseos, onde, em curto espaço de tempo, apossava-se territorialmente de toda a área circunscrita pelas ruas e avenidas Timbiras, São João (praça Júlio de Mesquita), Barão de Limeira, Duque de Caxias, largo General Osório e rua dos Protestantes, tornava-se: a “Boca do Lixo”, o “Quadrilátero do Pecado”, o espaço dos vícios humanos e conseqüentemente dos humanos viciados.
Se o Capitão Nascimento ou o Cabo Bruno atuassem nessa época, com certeza encontrariam ali todo exemplo de “dejeto humano”, qual a única saída pode ser a da morte (como no caso extremo dos campos de concentração), no dizer do geógrafo Rogério Haesbaert da Costa. Os dois agentes da lei, ícones da sociedade da barbárie, do olho por olho, dente por dente, estralariam um thriller chamado “COM LICENÇA PARA MATAR” e sangrariam, esquartejariam, fuzilariam “punguistas, rufiões, vigaristas, homossexuais, músicos, prostitutas, policiais corruptos, traficantes e alcagoetes, além, é claro, dos otários, em torno de quem tudo girava”.
Hoje a região, Cracolândia, ou a ‘Terra do Crack”, é o sonho de consumo de nove entre cada dez nóias. É também o palanque mais disputado por subprefeitos higienistas, prefeitos fanfarrões e governadores auspiciosos. Têm também o interesse das “corporation socities” e das “mega-hair empreendimentos”, empresas com responsabilidade eco-ético-ambiental. As Ong’s de trabalho sério, compromisso com a transformação social e a reintegração social. Além é claro, o local preferido para coberturas jornalísticas engajadas, comentários psicosócioculturais, e artigos cibernéticos meio de “esquerda-meio, meio-intelectual”.
Como matar pega mal (eu acho!), Nascimento e Bruno têm que se comportarem, agirem á luz do dia e com a ajuda dos agentes de saúde. E ainda por cima sendo filmados por repórteres bonitões e intrépidos jovens jornalistas. É mesmo uma ação conjunta que responde a atual conjuntura?!? O romantismo dos punguistas que tinham ética e valores foi substituída pela execração da condição humana exibida pelo nóia: - "Sou nóia mesmo, e daí?".
O que fazer com os nóias? Quem são os nóias? Porque tanta nóia? Tem algum lugar adequado para se tratar das nóias? As formas crônicas de delírios de relacionamento, ciúmes e perseguição e a chamada esquizofrenia paranóide pode atingir a qualquer pessoa, de qualquer cor, credo ou classe social? Porque os nóias estão no centro da cidade, qual o caminho certo do centro? O que é o centro? Para que serve o centro? UFA!!!
O governo estadual e a prefeitura de São Paulo, Ivaldo Bertazzo e sua companhia de dança, Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de São Paulo, Andréa Matarazzo, subsecretário da Sé, Caco Barcellos, repórter da rede Globo, e a sociedade civil aproveitando o nome desse blog, pergunto-lhes: A cracolândia está no caminho certo?

“A filósofa judia Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar”.

Clodovil, coloca o maiô que vai sair sol!!!

06/07/2009
Por Christian Moura.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ações da cracolândia, moradores de rua estão no caminho certo!

As agencias de notícia continuam dando destaque para a cracolândia, enfocando o projeto da Nova Luz e a Ação Integrada Centro Legal; segundo Gilberto Dimenstein, hoje para a Folha de São Paulo, a atuação da prefeitura, da polícia e da sociedade civil, que é especificamente representada pela aliança Viva o Centro, está no caminho certo, sendo a integração de serviços seu principal trunfo. No entanto a integração ainda esta longe do ideal de gestão, além de a oferta de serviços específicos ser baixa, a internação não pode ser compulsória e mesmo que tenha sido a alternativa mais aplaudida pela opinião pública, deve ocorrer dentro da normalidade da Lei Federal 10.216, de 6 de abril de 2001 e pautada em um laudo médico que ateste um transtorno grave.
Existe um pressão política e institucional para que os agentes que atuam na área convençam os usuário a se internarem – para que fiquem longe das ruas por uns dias – contudo o que se vê é que 80% das pessoas abordadas se recusa a receber algum atendimento. Este número indica que para que um usuário de crack, que rompeu com a família, o trabalho, e a maioria dos laços sociais que tinha, decida mudar sua situação e busque um novo sentido à sua vida, é preciso de tempo. Tempo para que se conheça sua história, para que se crie vínculo e confiança e opções de encaminhamento pisicossocial, possibilitando alternativas reais para que este indivíduo faça novas escolhas e deixe as ruas. A sociedade brasileira e a classe política prescisa aprender que sai muito mais caro remediar uma questão social, como o abuso de crack e a violência decorrente, do que prevenir com escolas, creches, melhor atendimento na saúde e principalmente emprego digno.
Pela internet podemos observar a opinão de muitas pessoas que comentam as notícias sobre a cracolandia e muitas vezes revelam um lado preconceituoso e autoritário, em geral parcelas da classe média que são mais diretamente atingidas pela violência tende a repudiar de forma mais enérgica a humanização de criminosos e usuários de drogas, portanto o debate com a opinião pública deve ser cuidadoso para que não se distorsa as soluções em simples repressão.
No outro lado dessa história, se pensarmos mais profundamente no fenômeno dos moradores de rua, percebemos que não estão parados, que não são passivos em relação as políticas públicas e que também desempenham um papel neste conflito e empregam uma ação.
Reagindo as propostas higienistas e visando a construção de um debate público e um política nacional para a população de rua movimento Nacional da População de Rua (MNRP) a Pastoral do Povo da Rua, a Organização de Auxílio Fraterno (OAF-SP), o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) e Associação Rede Rua, somam esforços para colocar a questão na agenda pública e transformaram-se em um Fórum permanente e estão presentes em todas as consultas públicas sobre o plano de metas na Nova Luz para responder as evasivas explicações dos técnicos da prefeitura de São Paulo sobre as ações na região. São a única voz que representa o povo da rua e oferece um contra-ponto à visão da polícia, dos comerciantes e moradores e da sub-prefeitura da Sé. O protagonismo desta população é a chave para a resolução deste conflito. Para quem se interessa pela versão da rua dessa história o Fórum Centro Vivo é um ponto aglutinador destas ações e debates.
http://www.centrovivo.org/

quarta-feira, 22 de julho de 2009

REPRESSÃO na CRACOLÂNDIA

Nessa manhã do dia 22 a subprefeitura da Sé organizou uma ação repressiva na região da Luz, centro de São Paulo. Andréa Matarazzo segue com seu projeto de higienização social e valorização imobiliária e lacrou mais imóveis nas ruas Helvétia e Guaianazes. A polícia chegou primeiro, chutando portas e enxotando famílias que se antes moravam em péssimas condições, hoje se tornaram moradores de rua, muitas dessas famílias seguiam a suas vidas independente da movimentação do tráfico na região, trabalham, estudam e lutam diariamente para não serem engolidos pela criminalidade, com muitas crianças pequenas que os pais se esforçam para que fiquem longe do crack. Hoje a prefeitura, com sua ação repressiva, expôs ainda mais estas pessoas a vulnerabilidade social, os policiais apenas permitiram que os moradores pegassem suas roupas, tudo muito rápido, neste momento todos eram suspeitos e não houve o menor cuidado para o despejo e não esta havendo nenhuma medida concreta para o encaminhamento destas famílias. Tal operação repressiva se apoiou na aceitação de internação compulsória, mesmo que não haja capacidade efetiva de atendimento ambulatorial a estas pessoas, que não são obrigadas a aceitar verticalmente esta internação. As vagas em abrigos que foram ofertadas são falsas, os agentes de proteção social que pretendem encaminhar crianças para os Centros de Referencia (CRECAS) não encontram esta disponibilidade de vagas, todas as operações que foram realizadas desta maneira pecaram pela não oferta de serviços de apoio. Encher um ônibus com os usuários de crack e levá-los para um posto de saúde apenas cria um caos momentâneo neste serviço.
Mais uma vez as políticas repressoras geram o agravamento das questões sociais que advogam resolver, os que foram despejados injustamente nunca foram comunicados de qualquer intenção de reintegração de posse, a assistência social não estava desenvolvendo um trabalho preventivo com elas, algumas freqüentam alguns projetos que podem dar apoio psicossocial, mas não tem como conseguir um teto. No fundo tanto os projetos sociais da sociedade civil, quanto os agentes da própria prefeitura são usados da forma e na hora que Andréa Matarazzo quer, as Ongs tem mais chance de se esquivar de participar destas operações, porém os funcionários municipais não têm escolha, primeiro a polícia chega e arrasa tudo, agride a população e espalha o terror. Só depois de ação policial é que estes agentes vão ao local juntar os cacos da população, em uma situação extremamente delicada destes trabalhadores (pouco remunerados), que podem inclusive, ser agredidos pelos "nóias" (felizmente hoje isso não ocorreu), no entanto eles pouco podem fazer por eles. A única verdade do projeto Nova Luz é a repressão e o descaso, o resto é tudo mentira, a prefeitura de São Paulo violenta a população desta região não os assistindo com serviços públicos e enviando a polícia para jogá-los na rua.
Por favor, salvem a Cracolândia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A CRACOLÂNDIA TÁ NA MODA!!!!!

A cracolândia está na moda, está na mídia e está na berlinda para os oportunistas com os jornalista. Neste último mês muito se noticiou sobre os usuários de crack da região central de São Paulo, a Globo se mostrou corajosa ao se embrenhar no meio dos usuários na Luz, colocou seu patrimônio em risco para pegar as melhores imagens e comover a sociedade. O modelo destemido e fragmentado do Programa Profissão Repórter é rico em imagens, pedaços de histórias sofridas e falas de efeito, no entanto é muito fraco de síntese, se acoberta na falsa imparcialidade do jornalismo, com a desculpa de informar a população e usa a miséria humana como espetáculo. Desde que a Subprefeitura da Sé divulgou o fim da Cracolândia, a mídia está farta de munição para impor seu poder sobre o governo municipal e se colocar como porta voz da solução para o problema do tráfico e abuso de drogas e da violencia decorrente. Porém este é um discurso que ainda não esta acabado e não há um consenso entre governo, elites economicas, a sociedade civil e funcionalismo que lida diretamente com as políticas públicas de educação, saúde, assistencia social, habitação dentre outras, para interpretar o problema. Ganha força a idéia de que o crack deve ser encarado como um problema de saúde pública e não de polícia, porém para que o SUS assuma seu papel e atenda os usuários de crack, muitos aspectos dos serviços devem ser repensados. Hoje o nóia da Cracolândia (adulto ou criança) se procura a Santa Casa, vai ter um atendido péssimo, olhado com nojo e despreso, os médicos falarão em alto e bom som que farão de tudo para que este paciente saia o mais rápido do hospita e principalmente, todos estão despreparados para manejar a agressividade e mesmo a apatia destas pessoas, que chegam ao serviço de saúde fragilizados e em intenso sofrimento. O Caco! Porque você não vai filmar os médicos da Santa Casa destratando os noias??? Melhor, faz uma reportagem com alguma família que foi despejada, que os filhos não tem vaga para estudar ou frequentar a creche, famílias numerosas sem renda, morando em lugares onde não há nada além de casas e barracos, bares e hostilidade. A Cracolândia é a ponta de fio de cabelo da miséria social, lá o problema está extremado, mas ele começa bem antes, começa quando falham os políticas públicas e o preconceito e a exclusão funcionam. Pela manhão de hoje uma morador da Cracolândia relata que as reportagens frequentes tem atraído noias das cidades vizinhas, ta chegando mais gente para fumar pedra na região da Luz, tá na moda e tá com tudo, os usuários de crack estão espalhados por toda a metrópole, mas a cidade do crack é um point, a rave ininterrupta mais badalada de São Paulo.

Palavras da Cracolândia...