domingo, 26 de julho de 2009

A cracolândia está no caminho certo???



Santa ignorância Batman !

“Fosse no governo militar garanto que esse monte de nóia não ia ser grande problema, agora com essa de democracia e direitos humanos, sempre aparece algum vagabundo pior que eles, pra ficar defendendo…

E Laiá!!! Me dá bunda pra vê, samba pra samba e toca a bola pro Romário!
A historiadora Ângela Aparecida Teles afirma que o bairro de Santa Ifigênia e seu entorno tornaram-se alvo do poder público, em especial as forças de segurança, a partir da década de 1950. É a partir daí que o bairro dos Campos Elíseos, onde, em curto espaço de tempo, apossava-se territorialmente de toda a área circunscrita pelas ruas e avenidas Timbiras, São João (praça Júlio de Mesquita), Barão de Limeira, Duque de Caxias, largo General Osório e rua dos Protestantes, tornava-se: a “Boca do Lixo”, o “Quadrilátero do Pecado”, o espaço dos vícios humanos e conseqüentemente dos humanos viciados.
Se o Capitão Nascimento ou o Cabo Bruno atuassem nessa época, com certeza encontrariam ali todo exemplo de “dejeto humano”, qual a única saída pode ser a da morte (como no caso extremo dos campos de concentração), no dizer do geógrafo Rogério Haesbaert da Costa. Os dois agentes da lei, ícones da sociedade da barbárie, do olho por olho, dente por dente, estralariam um thriller chamado “COM LICENÇA PARA MATAR” e sangrariam, esquartejariam, fuzilariam “punguistas, rufiões, vigaristas, homossexuais, músicos, prostitutas, policiais corruptos, traficantes e alcagoetes, além, é claro, dos otários, em torno de quem tudo girava”.
Hoje a região, Cracolândia, ou a ‘Terra do Crack”, é o sonho de consumo de nove entre cada dez nóias. É também o palanque mais disputado por subprefeitos higienistas, prefeitos fanfarrões e governadores auspiciosos. Têm também o interesse das “corporation socities” e das “mega-hair empreendimentos”, empresas com responsabilidade eco-ético-ambiental. As Ong’s de trabalho sério, compromisso com a transformação social e a reintegração social. Além é claro, o local preferido para coberturas jornalísticas engajadas, comentários psicosócioculturais, e artigos cibernéticos meio de “esquerda-meio, meio-intelectual”.
Como matar pega mal (eu acho!), Nascimento e Bruno têm que se comportarem, agirem á luz do dia e com a ajuda dos agentes de saúde. E ainda por cima sendo filmados por repórteres bonitões e intrépidos jovens jornalistas. É mesmo uma ação conjunta que responde a atual conjuntura?!? O romantismo dos punguistas que tinham ética e valores foi substituída pela execração da condição humana exibida pelo nóia: - "Sou nóia mesmo, e daí?".
O que fazer com os nóias? Quem são os nóias? Porque tanta nóia? Tem algum lugar adequado para se tratar das nóias? As formas crônicas de delírios de relacionamento, ciúmes e perseguição e a chamada esquizofrenia paranóide pode atingir a qualquer pessoa, de qualquer cor, credo ou classe social? Porque os nóias estão no centro da cidade, qual o caminho certo do centro? O que é o centro? Para que serve o centro? UFA!!!
O governo estadual e a prefeitura de São Paulo, Ivaldo Bertazzo e sua companhia de dança, Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de São Paulo, Andréa Matarazzo, subsecretário da Sé, Caco Barcellos, repórter da rede Globo, e a sociedade civil aproveitando o nome desse blog, pergunto-lhes: A cracolândia está no caminho certo?

“A filósofa judia Hannah Arendt alerta: condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar”.

Clodovil, coloca o maiô que vai sair sol!!!

06/07/2009
Por Christian Moura.

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