quarta-feira, 22 de julho de 2009

REPRESSÃO na CRACOLÂNDIA

Nessa manhã do dia 22 a subprefeitura da Sé organizou uma ação repressiva na região da Luz, centro de São Paulo. Andréa Matarazzo segue com seu projeto de higienização social e valorização imobiliária e lacrou mais imóveis nas ruas Helvétia e Guaianazes. A polícia chegou primeiro, chutando portas e enxotando famílias que se antes moravam em péssimas condições, hoje se tornaram moradores de rua, muitas dessas famílias seguiam a suas vidas independente da movimentação do tráfico na região, trabalham, estudam e lutam diariamente para não serem engolidos pela criminalidade, com muitas crianças pequenas que os pais se esforçam para que fiquem longe do crack. Hoje a prefeitura, com sua ação repressiva, expôs ainda mais estas pessoas a vulnerabilidade social, os policiais apenas permitiram que os moradores pegassem suas roupas, tudo muito rápido, neste momento todos eram suspeitos e não houve o menor cuidado para o despejo e não esta havendo nenhuma medida concreta para o encaminhamento destas famílias. Tal operação repressiva se apoiou na aceitação de internação compulsória, mesmo que não haja capacidade efetiva de atendimento ambulatorial a estas pessoas, que não são obrigadas a aceitar verticalmente esta internação. As vagas em abrigos que foram ofertadas são falsas, os agentes de proteção social que pretendem encaminhar crianças para os Centros de Referencia (CRECAS) não encontram esta disponibilidade de vagas, todas as operações que foram realizadas desta maneira pecaram pela não oferta de serviços de apoio. Encher um ônibus com os usuários de crack e levá-los para um posto de saúde apenas cria um caos momentâneo neste serviço.
Mais uma vez as políticas repressoras geram o agravamento das questões sociais que advogam resolver, os que foram despejados injustamente nunca foram comunicados de qualquer intenção de reintegração de posse, a assistência social não estava desenvolvendo um trabalho preventivo com elas, algumas freqüentam alguns projetos que podem dar apoio psicossocial, mas não tem como conseguir um teto. No fundo tanto os projetos sociais da sociedade civil, quanto os agentes da própria prefeitura são usados da forma e na hora que Andréa Matarazzo quer, as Ongs tem mais chance de se esquivar de participar destas operações, porém os funcionários municipais não têm escolha, primeiro a polícia chega e arrasa tudo, agride a população e espalha o terror. Só depois de ação policial é que estes agentes vão ao local juntar os cacos da população, em uma situação extremamente delicada destes trabalhadores (pouco remunerados), que podem inclusive, ser agredidos pelos "nóias" (felizmente hoje isso não ocorreu), no entanto eles pouco podem fazer por eles. A única verdade do projeto Nova Luz é a repressão e o descaso, o resto é tudo mentira, a prefeitura de São Paulo violenta a população desta região não os assistindo com serviços públicos e enviando a polícia para jogá-los na rua.
Por favor, salvem a Cracolândia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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