quinta-feira, 27 de agosto de 2009

GREVE, REPRESSÃO, FRUTAS E GOSTOSAS!!!

Nesta terça-feira passava em frente à prefeitura de São Paulo no centro da cidade, pude presenciar a manifestação dos servidores da GCM por reajuste de salário. Demorei em descobrir do que se tratava aquela movimentação. Na verdade, pela importância da questão o ato estava morno, não vi cartazes nem faixas. Alguns metros dali tudo já parecia normal, prossegui até a Praça São Luiz e logo notei outra aglomeração, bem mais animada. Em frente ao café papito, em cima de uma komb, um homem segurava uma melancia, bitela! Duas mulheres semi nuas ajudavam a animar a galera e um cara no meio da roda fazia pose de halterofilista e recebia as melancias na cabeça, elas se esmigalhavam, o cara gritava e a galera ia ao delírio! E laiá, isso é Brasil! Muita coisa e muita gente. Mais em frente na República, a PM corria atrás dos nóias.

O que estes três fatos têm em comum?

A GCM é claramente colocada e uma posição inferior entre as polícias, e a bucha de canhão, servem para correr atrás de ambulantes, enxotar moradores de rua dos espaços público, correm atrás de usuários de droga apenas para não deixa-los fixos em um lugar e principalmente servem máfia das carroças. Para quem não conhece, essa máfia apreende as carroças dos catadores de recicláveis, leva até um depósito para depois serem revendidas aos próprios carroceiros que secam suas economias para poder continuar trabalhando, ao mesmo tempo que a guarda confisca documentos e objetos pessoais. A GCM é sempre chamada para fazer o trabalho mais sujo, os guardas são jogados contra a população, sem capacitação, apoio técnico ou mesmo recursos matérias, não tem condições razoáveis nem de garantir sua própria segurança. Com as operações fascistas de revitalização do centro, que condena a vadiagem e a aglomeração – como no caso da República relatado acima – a Pm é chamada para intervir. Quando a opinião pública se aquece a GCM já não serve mais. Melhor para eles que se livram de atuar de forma repressiva nestes momentos. A greve, como todas as greves, é justa e não deveria ser considerada ilegal em hipótese alguma. Quem acha que greve é ilegal mina o próprio direito de um dia fazer greve, por mais que uma greve incomode a rotina da cidade ela é sempre legítima, pois diz respeito ao direito de greve em geral e incomodar a rotina é uma de suas funções. Paradoxalmente até camelôs tem reclamado que com a paralisação da Guarda a concorrência aumenta e as vendas caem.
A prefeitura de São Paulo segue no seu intento de gera miséria e violência través da repressão desmedida. Esta semana mais de três mil pessoas foram arrancadas de suas casas e jogadas na rua em desocupação de um terreno próximo a marginal Tietê. As casas e barracos foram destruídos e incendiados, a polícia agrediu os moradores do local que protestavam contra o absurdo e a violência desta reintegração de posse e nada lhes foi oferecido. O poder público apresenta soluções ridículas como encaminhar as famílias para albergues, centenas de crianças agora se encontram em situação de extremo risco e vulnerabilidade social por culpa da prefeitura, se por um lado a repressão policial desaba sobre os moradores de rua do centro, por outro lado mais famílias são colocadas em situação de rua.
Enquanto a GCM quer mais salários a população quer mais liberdade, quer direito a moradia e trabalho, é notória que a política social do prefeito Kassab é equivocada ou mesmo ridícula, tanto a Guarda quanto todos os outros profissionais da área das políticas sociais são mal pagos e, no caso de educadores sociais, não tem benefício algum, nem insalubridade. Sem projetos habitacionais, psicossociais e educativos o Democratas segue esmagando a população na miséria para depois trata-la como caso de polícia.
Mas e a melancia? Acreditando que a movimentação nas ruas é uma antecipação do carnaval, a sociedade segue atenta às bundas, para aliviar a pressão do trabalho e na folguinha do almoço esquecer os problemas.

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